4 de julho de 2008

BikeRide Alcoutim

Participantes:
Alex, Piri, Neves, Torres

Data:
13Jun08 - 15Jun08

Objectivo:
Chegar a pedalar a Alcoutim

Motivação:
A maravilhosa paisagem junto ao Rio Guadiana, foi uma das principais razões que motivou a realização deste passeio, e o facto de termos a possibilidade de pernoitar na Manta Rota na casa do Torres.

Distância percorrida:
Dia 1: 10km
Dia 2: 50km
Dia 3: 60km

Logística:
Equipa:
- 2 tendas
- kit para furos
- repelente
- lanternas
Individual:
- bicicleta
- saco de cama
- tshirt criada para o passeio
- água + snacks
- roupa

Descrição do Passeio:
Dia 1:
Final do dia de sexta-feira, ponto de encontro na estação de comboios de Faro. Chegaram todos a horas, e as primeiras impressões foi avaliar a carga que cada um trazia. Andámos até ao final do comboio à procura da carruagem vagão, pois esta é própria para o transporte de objectos grandes, uns do lado de fora outros do lado de dentro e lá conseguimos aconchegar as bicicletas. Tempo ainda para o Nobre nos tirar uma foto de grupo, e um até breve!
O comboio inicia a sua marcha e não há melhor do que apreciar a bela paisagem da Ria Formosa, com a cabeça de fora e sentir o vento quente algarvio.
Já de noite chegámos à estação de Cacela, mais uma das muitas estações de comboios que se encontram fechadas ao abandono do tempo. Por entre a ruas de cacela e a escuridão da noite, fomos pedalando sempre a olhar para trás a ver se não deixávamos cair nada da carga, atravessámos a EN125 e seguimos para a Manta Rota. Fomos directos à casa do Torres para deixarmos as coisas, como nesse dia o Piri fazia anos, tínhamos de comemorar de alguma forma, fomos ao multibanco mais próximo levantar dinheiro para o fim de semana, e de repente fomos abordados por uma senhora que morava na casa ao lado do multibanco a pedir ajuda para carregar um sofá, oferecemos os nossos serviços, mas claro o Piri ainda perguntou se não era roubado, só para o caso de não haver surpresas. Como estava uma noite agradável, fomos até a uma esplanada beber um cervejinha, afinal de contas eram os anos do Piri.
De volta a casa para restabelecer forças para as pedaladas dos próximos dias.

Dia 2:
Acordámos cedo, e todos vestimos a tshirt feita por nós para o passeio (com o nome de cada um e o slogan: "Mesmo sem combustível ninguém nos pára!!").
Fomos tomar o pequeno almoço a um supermercado local e já de barriga cheia demos as primeiras pedaladas.
Por entre estradas locais, a EN125, e algumas estradas em obras, chegámos a Castro Marim ainda cheios de energia. O céu estava limpo, a temperatura começava a aquecer, após umas fotos, decidimos seguir caminho para evitar a hora de maior calor.
Ao fim de algumas pedaladas, avistámos as primeiras subidas, muito extensas e cheias de curvas, afinal de contas aquela zona é toda montanhosa. Algumas de tão extensas e inclinadas, obrigavam-nos a mudar para as mudanças mais leves, quando não éramos obrigados a sair e a continuar a pé. Todo este caminho por uma estrada nacional sem trânsito, até chegarmos ao Azinhal, onde tivemos de repor energias com umas barras e muita água.
Por estes caminhos pedalávamos em direcção a Norte mas ainda longe do Guadiana. A próxima etapa foi até Almada de Ouro, um conjunto de casas junto ao rio apenas com alcatrão na estrada principal, como não sabíamos qual era o caminho a seguir para chegarmos a Alcoutim, tivemos de usar a velha máxima "quem tem boca vai a Roma", e perguntámos a uns locais, e das duas hipóteses escolhemos a menos certa, ou seja um caminho de terra junto ao rio que não nos garantiram ir dar à Foz de Odeleite.

Ao início o caminho fazia-se bem, com uma paisagem maravilhosa junto ao rio, éramos apenas nós e as bicicletas em harmonia com toda aquela Natureza. De vez em quando lá passávamos por uma casa ou por algum terreno agrícola, até que chegou o momento em que o caminho terminou, e deu lugar a vegetação, apenas vegetação. Voltar atrás estava fora dos planos porque iríamos perder muito tempo, e porque voltaríamos às indesejadas subidas, então decidimos continuar, a muito custo, por vezes nem sequer para pedalar dava, porque a vegetação era densa. Para repôr os níveis de açucar decidimos parar e comer uns figos, e que saborosos que eram. Ao fim de alguns quilómetros vimos a luz ao fundo do túnel, neste caso foi mais a Foz de Odeleite, sitío em que o rio Odeleite se junta ao Guadiana, e foi debaixo de uma ponte que decidimos parar e recarregar baterias à sombra, refrescando-nos.
Com a hora de almoço a aproximar-se, e a fome já era muita tínhamos como objectivo ir comer um ensopado de enguias a Guerreiros do Rio, assim fizemo-nos à estrada, mais uma vez sem trânsito, e pedálamos por baixo de um sol quente, ansiosos por uma refeição e água, muita água fresca.
Guerreiros do Rio, uma aldeia pequena à beira rio que foi crescendo sobre uma encosta, com um hotel bem lá no cimo. O problema inicial foi encontrar o local do ensopado, mas após uns passeios a pé e de bicicleta com umas perguntas pelo meio a locais, descobrimos o tão desejado local para almoçarmos. Um belo tacho cheio de enguias acompanhado por um pão caseiro frito, fez as nossas delícias, sem esquecer que tudo isto teve o acompanhamento de 6litros de água para os 4.

De barriga cheia, deu para irmos ao cais da aldeia descansar um pouco à sombra, para depois fazermo-nos novamente à estrada, agora com a energia restabelecida. Alcoutim estava cada vez mais perto, a partir deste ponto tínhamos umas estrada junto ao rio que nos levaria até lá, a velocidade constante íamos nós pedalando, apreciando melhor a paisagem, e desfrutando de toda aquela brisa vinda do rio.
A chegada a Alcoutim, foi tranquila ainda com o sol a irradiar calor, com tanta água que bebemos, e que vimos (rio), o que nos apetecia mesmo era um banho para relaxar. Alcoutim é uma vila à beira rio, não demorou muito até encontrarmos a praia fluvial, que para nós foi um oásis, tinha um bar, wc's, chuveiros, areia, perfeito, foi um resto de fim de tarde bem passado até o sol se pôr.
Depois de um belo duche, já fresquinhos e com a hora do jantar a aproximar-se, faltava encontrar local para montar as tendas euquanto tínhamos luz natural, seguimos por um caminho de terra junto à praia como se fôssemos a subir pela ribeira acima, e fomos a dar a uma zona que pelas suas características passa por lá água de inverno, mas que no verão é só pedras, do outro lado umas árvores e vegetação, local ideal para o nosso acampamento, não se via nenhuma casa, nem se ouvia nada senão os barulhos da Natureza envolvente.
Com as tendas montadas, voltámos a Alcoutim para jantarmos num restaurante no centro da vila, como era noite de sábado demos ainda uma caminhada por algumas ruas junto ao castelo, para ver se havia alguma animação, mas via-se apenas pessoas a passear, por um lado ainda bem, porque motivo mais que bom para regressarmos às tendas para o tão merecido descanso.
Pelo meio do escuro e com a luz das lanternas que tínhamos, lá fomos nós a pedalar até ao nosso acampamento, não nos deixámos logo dormir, porque entretanto apareceram alguns amigos nossos que tinham ido propositadamente passar a noite connosco, mas como o dia seguinte ainda prometia ser duro, não aderimos às cervejas e ficámo-nos pelo acampamento.


Dia 3:
Manhã de domingo, com o sol a começar a aquecer as tendas, tempo para desmontar tudo e fazermo-nos à estrada. Junto à praia fluvial fomos encontrar o resto da malta, uns a dormir outros já acordados, mas todos com fome, mas antes juntámo-nos todos e tirámos uma foto de grupo.
O café escolhido para o pequeno almoço mesmo no centro da vila, coincidência era do mesmo do dono do restaurante onde tínhamos jantado na noite anterior, e algumas das caras que víamos pela rua já as tínhamos visto no dia anterior, realmente a vila é pequena e parece que todos se conhecem.
De barriga aconchegada, demos então início à pedalada que nos levaria ao ponto de partida, a Manta Rota. Mas desta vez optámos por não ir pelo caminho de terra junto ao rio, assim na Foz de Odeleite em vez de continuarmos pelo meio da vegetação, seguimos pela EN1063, a diferença foi que em vez de irmos apreciando a linda paisagem junto ao rio, tivemos umas belas e longas subidas que nos desidrataram imenso, também em parte a culpa foi nossa, pois tínhamos escolhido a pior hora para começar, saímos de Alcoutim às 11h. A certa altura pensámos que uma forma de evitarmos as longas e duras subidas, era irmos pela estrada principal, que tem uma berma onde poderíamos pedalar à vontade, e as subidas são menos acentuadas, e assim foi o restante caminho até Castro Marim feito pela IC27, agora já com mais alguns veículos motorizados a cruzarem no nosso caminho. Numa das descidas de tão inclinada e longa que era atingimos sensivelmente os 67km/h o record pessoal para muitos em 2 rodas.
De Castro Marim à Manta Rota fizemos rapidamente, parando apenas mais uma vez para bebermos água, eram cerca de 14h da tarde, e estava um calor insuportável, todos desesperavam por sombra ou por água. Como ainda haviam algumas forças, e como já sabíamos que teríamos um almocinho na casa do Torres à nossa espera, lá fomos nós pedalando até ao nosso destino.
Entre comentários do passeio, do que tínhamos passado, do que gostámos, íamos comendo todos à mesa com a Família Torres, um almoço que às 15h foi uma maravilha e só o facto de estarmos num local fresco à sombra, o sorriso na cara de cada um era outro.
Faltava-nos apenas a última etapa, o comboio para Faro, não sem antes irmos desfrutar daquele belo sol junto ao mar a saborear um gelado, descansando as pernas de todo o esforço daqueles dias.
A hora da partida aproximava-se e fomos novamente até Cacela para apanharmos o comboio, e despedirmo-nos deste passeio que acima de tudo foi uma aventura, que como em tudo teve bons e maus momentos, mas que como balanço final pode-se dizer que é para repetir, noutros destinos, noutras paisagens, e certamente melhor preparados.


Problemas:
- Desidatração, devido às horas a que pedálamos (numa próxima vez pedalar pela manhã cedinho e ao final da tarde).
- Carga mal acondicionada nas bicicletas

Agradecimentos:
-Ana Carina, pelo design da tshirt.
-Nobre, pela fotografia no momento da partida.
-Cabeço, Pi, Ana Carina, Valdas, Nobre e Joana, por nos acordarem na segunda noite, e pela companhia no pequeno almoço.
-D.Regina (mãe do Torres), pelo almoço as 16h no último dia.

Vídeo:

27 de junho de 2008

Alcoutim (Ensopado de enguias)

Ao passarmos por Guerreiros rio para comer o famoso ensopado de enguias com pão frito perguntámos ao proprietário e cozinheiro do pequeno estabelecimento como era confeccionado aquele maravilhoso e saboroso prato, obtendo logo a menos desejada resposta :
- É segredo da casa ! disse ele, no entanto descaiu-se com um segredo de que pouco ou nada nos serviu:
- São umas ervas aromáticas que nascem aqui á beira rio que dão esse aroma caracteristico e inconfundivel alem do mais o peixe é apanhado nestas aguas de forma tradicional, mas confesso que já tiveram melhores dias pois desde que fizeram a barragem a agua já não passa como passava fazendo que esta se mantenha parada e suja.

Refeiçao para 4 pessoas com 4 garrafas de 1,5l mais 4 sumos = 40euros
































Se por acaso quizeres exprimentar aqui está uma receita sem segredos.

1,250 kg de enguias ou eiroses
4 cebolas grandes
4 dentes de alho
1 ramo de salsa
Piripiri q.b.
1 ramo de coentros
Louro e orégãos q.b.
2 dl de azeite
1,5 dl de vinho branco
1 kg de tomates pequenos
Colorau q.b.
Sal q.b.
Pão q.b.



PREPARAÇÃO:

Deitam-se num tacho a cebola partida às rodelas, o alho, a salsa, o piripiri, os coentros, o louro, os orégãos e o azeite.
Leva-se ao lume.
Quando a cebola estiver cozida, deita-se o vinho e deixa-se ferver um pouco.
Junta-se tomate passado pelo passador e o colorau.
Rectificam-se os temperos.
Deita-se as eiroses, que se esfolaram e amaranharam, cortadas aos bocados e temperados com sal.
Deixa-se cozer e apurar.
À parte, cortam-se fatias de pão, fritam-se e colocam-se numa travessa funda (pode usar-se pão torrado).
Na altura de servir, deitam-se por cima as eiroses com o molho.

22 de junho de 2008

Alcoutim ( T-shirts )

Queriamos fazer umas t-shirts que simbolizassem esta pequena aventura de bicicleta de Faro a Alcoutim e estas são algumas das imagens que estiveram para ser impressas no entanto só uma foi escolhida.